Neobancos e fintechs ganham terreno no espaço antes totalmente ocupado por bancos tradicionais, aponta Ernst & Young
Do R7 / portld24@diarioam.com.
Cerca de 86% dos clientes brasileiros dizem ainda confiar nas instituições bancárias, que cada vez mais vêm disputando espaço com os novos consumidores, de acordo com a pesquisa NextWave Global Consumer Banking, da Ernst & Young. O levantamento mostra que os chamados neobancos e as fintechs, empresas do setor financeiro totalmente digitais, estão ganhando terreno em um espaço antes totalmente ocupado pelos bancos tradicionais.
O sócio de transformação digital e inovação para serviços financeiros da Ernst & Young para a América do Sul, Chen Wei Chi, explica que a movimentação pôs fim à dependência de apenas um fornecedor de serviços financeiros para atender às necessidades do consumidor.
“A tecnologia e a digitalização criaram oportunidades para o surgimento de novos players em todos os setores da economia. No mercado financeiro, isso permitiu que os novos entrantes surgissem com uma gama variada e inovadora de produtos e serviços cada vez mais atrativos, o que chamou a atenção da clientela, principalmente entre os mais jovens”, aponta Wei Chi.
Diante do cenário, ele ressalta que as instituições financeiras tradicionais precisam agir com rapidez para manter tudo o que construíram até agora. No segmento dos neobancos, 20% dos clientes têm entre 25 e 34 anos, seguidos pela faixa etária entre 45 e 54 anos (19%). Os que têm 65 anos ou mais representam apenas 11%.
Personalização
A pesquisa indica ainda a necessidade de maior integração e remete à preferência crescente dos clientes por aplicativos que consigam atender a maior parte de suas necessidades bancárias.
No contexto da personalização, a preferência por serviços que garantam a privacidade das informações foi apontada por 62% dos respondentes da pesquisa em nível global, principalmente entre os integrantes da Geração Z (81%), contra 47% dos clientes com mais de 65 anos.
“Nesse cenário, os bancos tradicionais deverão direcionar mais esforços para fortalecer seu grau de conhecimento sobre os clientes, suas preferências e necessidades, para que consigam atendê-los da maneira mais completa e eficiente possível, mantendo assim o relacionamento com a base já existente e atraindo as novas gerações”, afirma Chen Wei Chi.
Os dados da pesquisa foram coletados com base em entrevistas com 12 mil clientes espalhados por 14 países de mercados emergentes e desenvolvidos, tais como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra.