Reflexão para a Vida.

Você ajudaria alguém que não tem nada a lhe oferecer?

Nessa Semana Santa, onde tantos distribuem peixes, outros fazem discursos, tiram fotos e se promovem com o que nem lhes pertence.
Ultimamente nestes tempos, nos deparamos com muita Apatia pelo outro, mas ao meio disso tudo, brilha a Solidariedade na alma de alguém, que ajudou outro, quem materialmente não tem o lhe oferecer.

Vale a pena parar e refletir esse ocorrido da Vida Real.

Muitos se esquecem dos simples. Daqueles olhares humildes, que dizem tudo sem dizer nada. Dos que andam curvados pelo peso desta vida. Dos que não têm aplausos nem perfume caro, só a poeira da estrada nos pés e a alma calejada pela sobrevivência.
Ontem terça-feira santa (15), por volta das 15h20min, enquanto o temporal caía sobre a Cidade de Maués, um homem simples, vigia de uma embarcação, conhecido na orla como “o vascaíno”, quase morreu afogado (foto). Era só mais um bêbado, diziam alguns rindo. Só mais um invisível. Ele, morador das ruas de Maués, Pintor de profissão, homem de carne, osso e história — mas reduzido a um rótulo.

Enquanto muitos zombavam, um homem viu mais do que a aparência. Viu o desespero. Viu a dádiva da vida por um fio. Sem pensar duas vezes, saiu da sua loja, pulou na água em meio à tempestade, tocado pelo sentimento humano, salvou aquela vida. Primeiro libertou a malhadeira do fundo, depois resgatou o corpo. E saiu caminhando devagar, com ele nos braços. Sem câmeras. Sem plateia. Sem promessas.

Isso, sim, a fé consolidada em obra.
Não importa o que pregamos com palavras, mas sim o que fazemos com o coração. Jesus não buscava os perfeitos, nem os poderosos. Ele sentava-se à mesa com pecadores, abraçava leprosos, chorava com as viúvas, devolvia dignidade aos esquecidos.

E nós?

Quem somos quando ninguém está olhando? O que fazemos por quem nunca poderá retribuir? Quem enxergamos quando olhamos para os pobres, os bêbados, os órfãos, as viúvas, as crianças abandonadas?

Vemos um incômodo?  Ou vemos o próprio Cristo disfarçado de dor?

Que nesta Semana Santa, não se iluda com discursos ou peixes distribuídos com segundas intenções. Que nosso amor seja sincero, que nossa fé tenha mãos, pés e coragem. Porque o verdadeiro milagre está nos pequenos atos — aqueles que ninguém vê, mas que aos olhos de Deus, brilham como ouro.

E se fosse Ele, preso na malhadeira, clamando por socorro?

O rapaz salvou um homem de afogamento no velho Porto da Língua da Princesa e quando todos riam diante da perda da vida de um simples bêbado, uma Alma solícita foi lá e fez tudo diferente.

Diante disso, acredito piamente que o Espírito Santo ainda paira sobre a face da Terra.

Texto de um Seguidor para o Folha de Maués Comunicações – FMC.

Vascaíno, morador das Ruas de Maués, salvo de um afogamento no último dia (15/4), no Porto da Língua da Princesa.