Já dizia o saudoso historiador Sérgio Buarque de Hollanda que o Brasil é o país da cordialidade, e talvez, na realidade, ele estivesse à época querendo dizer que o Brasil às vezes é um país que dorme.

ESCRITO POR EM TEMPO* NO DIA 07 DE SETEMBRO DE 2021

Já dizia o saudoso historiador Sérgio Buarque de Hollanda: o Brasil é o país da cordialidade. Talvez, na realidade, ele estivesse, à época, querendo dizer que o Brasil às vezes é um país que dorme.

A própria esquerda, que nos últimos setenta anos tem se arrogado paladina do movimento de defesa do regime democrático e da liberdade, parece dormir estranhamente, quem sabe curtindo o sono da omissão e da desfaçatez diante da história que jura querer transformar.

Tal quadro de loucura sociológica ficou patente na recente revogação da Lei de Segurança Nacional (LSN, Lei 7.170/83) pelo Congresso Nacional, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro com cinco vetos.

Durante os anos 70, até meados de 80, a esquerda tamborilou contra a LSN, acusando-a de agredir o Código Penal brasileiro e de pisotear a democracia, atuando como instrumento maior de sustentação da Ditadura Militar de então na perseguição a seus adversários políticos.

Entretanto, a Ditadura se foi e veio o governo José Sarney com os ventos da Nova República. Depois, em 2003, o Partido dos Trabalhadores (PT) açambarcou o Palácio do Planalto. Esperava-se que finalmente Lula mandasse para as calendas gregas a LSN. Mas, não. Contraditoriamente, aproveitou-se do clímax da lei para tentar impor ao país um projeto de absurdo controle dos órgãos de imprensa. Os petistas passaram 16 anos aferrados ao Poder, promoveram o “mensalão” e o “petrolão” e não mexeram na LSN.

Ironicamente, coube a um presidente de direita, Jair Bolsonaro, simpático ao regime militar de 1964, revogar a lei famigerada. Que país é o Brasil ?