Os bancos terão de pedir consentimento dos clientes para poder compartilhar dados. Essas solicitações não se darão de maneira genérica, nem por tempo indeterminado e pelos canais normais

A segunda fase do Open Banking, que prevê o compartilhamento de dados entre instituições sob consentimento dos clientes, entra em vigor na próxima sexta-feira, 13 de agosto. A data é tradicionalmente sujeita à disseminação de vírus e outros ataques cibernéticos, então o estado de alerta usualmente recomendado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) deve ser redobrado.

Os bancos que aderirem a essa fase terão de pedir consentimento dos clientes para poder compartilhar esses dados. Tanto a instituição que vai ceder os dados quanto aquela que os receberá terão de obter a autorização do cliente. Mas essas solicitações não se darão de maneira genérica, nem por tempo indeterminado.

Acesso internet celular

“O cliente autoriza quais dados vão ser compartilhados, qual a finalidade de uso e por quanto tempo quer que esses dados sejam compartilhados”, frisou o líder do grupo de trabalho de Open Banking na Febraban, Ivo Mosca, em apresentação online a jornalistas sobre a próxima etapa.

É nesse momento de abordagem do cliente, no entanto, que o risco de tentativas de golpes cresce. “O banco não vai fazer convite por SMS”, advertiu o diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban, Leandro Vilain. “Em geral, esses convites são falsos e levam a páginas falsas de internet”, alerta.

Vilain recomenda também que se evite clicar em links enviados por outros canais, como e-mails. Comumente, a abordagem será feita pelos canais de atendimento dos bancos com os quais o cliente já tem algum relacionamento. Pode ocorrer como extensão de um convite para abertura de conta, aos não clientes, mas assim mesmo terá de ser específico para o tipo de produto que a instituição tenta vender, e pelo prazo que o cliente conceder.

Os maiores bancos do País vão aderir já nesta sexta-feira, compulsoriamente. Mesmo com apenas parte do sistema ingressando na fase de compartilhamento de informações do Open Banking, pode haver complicações na estreia, mas novos adiamentos dessa etapa, prorrogada por aproximadamente um mês, são descartados pela Febraban.
Ele não espera, contudo, uma avalanche de solicitações de concessão de compartilhamento de dados, a partir da próxima sexta.
As autorizações poderão ser dadas por, no máximo, 12 meses. Após o prazo estipulado pelo cliente, cessa o compartilhamento de informações para aquela finalidade, mas as instituições que receberam as informações não precisam apagar esses dados, até para cumprir exigências de armazenamento por cinco anos, em caso de informações que tenham subsidiado transações que chegaram a ser realizadas.

Agência Estado /redacao@diarioam.com.br*