Município é segundo do Amazonas a atingir marca, conforme dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
G1.AM – O município de Manacapuru, distante 80 Km de Manaus, atingiu a cota de inundação severa nesta segunda-feira (26). Segundo os dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o município é o segundo do Amazonas a atingir a marca, depois de Itacoatiara.
De acordo com o levantamento do CPRM, até às 6h30, o nível do Rio Solimões, que banha o município, estava em 1.959,0 cm. Na atualização seguinte, às 6h45, a cota de inundação severa, de 1.960,0 cm, foi atingida pelo rio.
Até a última atualização divulgada pelo órgão, a cota de inundação severa já havia sido superada e já estava em 1.966,0 cm, às 15h15 desta segunda-feira (26).
Manacapuru é o segundo município do Amazonas a atingir a cota de inundação severa. Conforme os dados do CPRM, o município de Itacoatiara já havia ultrapassado a cota da região, que era de 1420,0 cm e está em 1.451,0 cm, às 14h30 desta segunda.
Os dados do CPRM apontam ainda que Manaus está perto de atingir a cota de inundação severa, que é de 2900,0 cm. O nível do Rio Negro, que banha o município, registrava a cota de 2.881,0 cm, na atualização do órgão divulgada às 18h45.
Manaus deve ter inundação severa
No fim de março, o CPRM já havia alertado que as chuvas acima da média que atingiram o Amazonas nos primeiros três meses deste ano devem provocar uma inundação severa em Manaus. Os próximos alertas de cheia estão marcados para 30 de abril e 31 de maio.
Na ocasião, o órgão apontou que há 80% de chance de atingir a cota de inundação severa, que é de 29 metros. Em 2012, o Rio Negro atingiu a cota máxima já registrada, de 29,97 metros. O CPRM informou que há um percentual de 17% de chances de que se repita essa marca recorde.
Com 94% de confiança, segundo o CPRM, a cota máxima deve ser atingida entre junho e julho deste ano.
Cheia afeta produção agropecuária
A cheia dos rios no Amazonas já causou perdas agrícolas estimadas em mais de R$ 70 milhões, até o dia 8 de abril, segundo um levantamento feito pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).
Nos municípios atingidos pela cheia, conforme o levantamento feito pelo Idam, 9.169 famílias já haviam sido afetadas e tiveram suas produções agrícolas atingidas pelo aumento das águas. Entre as principais culturas cultivadas estão a banana, a mandioca, o mamão e as hortaliças.
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Em Manaucapuru, no interior do AM, a cheia no rio Solimões, que atinge o município, também já havia atingido a área de produção agrícola da região. Produtores da área lamentaram as perdas que o fenômeno tem causado para o cultivo deles.
“Aqui, no ano passado, estava em terra. As canoas que a gente pesca estão no roçado, ano passado elas ficavam lá para o galpão ainda. Esse ano já está aqui. Dá até para pescar aqui no roçado já. A cheia aqui preocupa e muito. Aqui já era. Perca total mesmo”, lamentou o agricultor Jander Santos.
