Do Acrítica.com

Paulo André Nunes – Manaus (AM)

Reinaugurada em novembro do ano passado, a praça volta a ser tomada por moradores em situação de rua, assaltantes, sujeira e atos de atentado ao pudor 17/11/2018 às 10:54 – Atualizado em 17/11/2018 às 16:00

 

Reinaugurada há 1 ano, a tradicional Praça 15 de Novembro, popularmente conhecida como Praça da Matriz, está sucumbindo novamente, e lentamente, à sujeira e aos moradores de rua. Quem passa diariamente pelo local invariavelmente esbarra com o lixo, sente de longe o mau cheiro e, com sorte, não sairá de lá sem ser abordado por um pedinte ou cheira-cola… ou algo pior!

A obra integrou um dos 11 projetos aprovados pelo projeto PAC Cidades Históricas, com verba oriunda do Governo Federal, no valor de R$5,6 milhões. O local, que é datado de 1845, foi fechado com tapumes em março de 2014 e as obras iniciaram somente em setembro de 2015, sendo entregues em 2017 sem a conclusão abranger o antigo aviaquário da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o imponente chafariz – que já perdeu dois de seus anjinhos mijões.

Antes os mijões fossem apenas os anjinhos: a reportagem de A CRÍTICA flagrou, em poucos minutos na Praça, um total de quatro homens fazendo as suas necessidades sem respeitar mulheres e tampouco crianças, num claro atentado ao pudor. Um deles, por exemplo, não fez cerimônia e urinou na mureta de colunas localizada em frente à própria Catedral de Nossa Senhora da Conceição, que estava com as portas abertas e recebendo vários fieis. Um desrespeito ao templo cristão inaugurado em 1878. Outro transeunte, igualmente ousado, fez sua necessidade fisiológica na lateral do templo católico, e mais dois em um muro que abriga instalações elétricas.

Não há banheiros públicos: o motivo alegado à época da reinauguração pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) seria que, além de não estar no projeto do PAC Cidades, a ausência deles evitaria o mau cheiro que fica em locais onde há esse tipo de estrutura. Não deu certo.

Mais sujeira

O lixo no local é intenso, estando “distribuído” em vários locais da praça, como por exemplo próximo aos gradis (com restos de comida, pedaços de roupa, restos de alimentos, pedaços de papelão), na escadaria que dá acesso à avenida Sete de Setembro (onde há até fezes) e nos coretos, por exemplo. Em ambos os locais há intenso mau cheiro. A reportagem constatou que as equipes de limpeza fazem a remoção de folhas, por exemplo, mas não removem os detritos citados acima, nem lavam as áreas nas quais há fezes ou urina.

 

 

Moça tampa o nariz ao passar por escadaria que dava acesso à Igreja da Matriz (Foto:Jair Araújo)

 

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